Em entrevista ao podcast O Assunto, do portal G1, o Diretor do Departamento de Comunicação, professor Arthur Ituassu (PPGCOM/PUC-Rio), analisou a presença de influenciadores digitais nas eleições e como as redes sociais estão influenciando as disputas políticas.
De acordo com ele, o ano de 2009 marcou um ponto de virada quando foi aprovada a lei que permitia a utilização das mídias sociais por candidatos. Já no ano seguinte, influenciados pelo êxito da comunicação digital na campanha do ex-presidente dos EUA Barack Obama, políticos brasileiros começaram a investir nas redes. No pleito de 2010, Marina Silva, José Serra, Dilma Rousseff e Plínio de Arruda Sampaio adotaram estratégias digitais. Naquela época, a plataforma que se destacava na comunicação política era o Twitter, atual X.
As mídias digitais permitem que discursos mais radicais, com respostas simples para problemas complexos, ganhem tração a partir do descontentamento com a democracia. E essa é a fórmula perfeita para o populismo digital, afirma Arthur Ituassu.
Durante a entrevista à jornalista Natuza Nery, que comanda o podcast, Ituassu destacou ainda que a presença de pessoas com muita visibilidade e que buscam capital político não são propriamente uma novidade. Silvio Berlusconi, na Itália, Ronald Reagan, nos EUA, e Silvio Santos, no Brasil, utilizavam a estrutura de TVs, rádios e jornais de grande audiência. A diferença agora é que qualquer pessoa, mesmo com poucos recursos, mas com alguma técnica de mídias sociais, consegue reunir grandes públicos segmentados.
Ainda de acordo com o professor, que também é pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), o processo de radicalização da política brasileira ocorreu simultaneamente ao desenvolvimento tecnológico da comunicação política no país.
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